12 de Setembro
Houve dois 12 de Setembros marcantes não por algo ter acontecido nesse dia, mas sim por ter sido o dia seguinte.
O primeiro ocorreu nos anos 70 - 1973 se não me engano - o primeiro dia de governo de Pinochet. Augusto Pinochet matou, torturou e vive livre. Destituiu um governo democraticamente eleito por uma ditadura. A orientação política da dita cuja, pois, é irrelevante dado que o que, de facto, interessa é a revolução ter recebido um apoio claro dos EUA. Henry Kissinger nessa altura era rei e senhor, responsável por todos os assuntos mais negros daquela época. Desde assassinatos (It is an act of insanity and national humiliation to have a law prohibiting the President from ordering assassination - Henry Kissinger, 1975) até massacres (p.e. os massacres em Timor Leste por altura de 1975). Este é o retrato de uma política Americana imperialista... os Russos - tendo eles muitos telhados de vidro também - até tinham razão no termo imperialista. Kissinger, curiosamente, foi prémio Nobel da Paz em 1973. Muito curioso.
O segundo ocorreu há dois anos. 12 de Setembro de 2001 foi um dia em que Nova Iorque descobriu que não era inexpugnável, um dia que o mundo ocidental percebeu que quando se quer, tem-se. Isto é tanto verdade para nós como para qualquer terrorista. E assim dois aviões foram de encontro a duas torres de uma maneira sublime no sentido da tragédia grega. E a cidade nunca mais foi a mesma. É difícil encontrar alguém de NY que não esteja ligado a alguém que tenha morrido na véspera deste dia seguinte. No entanto ainda houve esperança - já que a esperança é a última a morrer - de encontrar sobreviventes, qualquer pessoa, não interessava quem.
Eu não sou Anti-Americano, não sou insensível - até sou capaz de chorar compulsivamente só de pensar nas pessoas que tiveram de se atirar dos últimos andares das torres - e não sou extremista. Mas não sou capaz de pensar "coitados". O governo americano andou a semear ventos por todo o mundo, colheu uma tempestade enorme. Devido a esta tempestade GWB decidiu semear mais ventos. A culpa do sofrimento americano é inteiramente culpa deles próprios, do nacionalismo inerente à cultura deles, da falta de sentido do seu lugar no mundo. Se eles soubessem afinal onde é o Iraq e que na verdade não fica em Africa nem ao pé da China.... A América é o país que mais europeus temem segundo uma estatística à qual já perdi o rasto. Isto só pode querer dizer uma coisa: os EUA são perigosos. Desde a destruição dos índios no século XVIII até à invasão não provocada de Bagdad no século XXI. A história americana é isto. Morte e destruição. De morte e destruição só pode nascer o terrorismo.
O pedro disse que o séc XXI iria ser marcado pelo terrorismo. Eu acredito que será marcado pela resposta ao terrorismo e pela perda de direitos que o cidadão comum irá ter de suster. Como uma "filósofa" diz frequentemente... é "pescadinha de rabo na boca".
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