O blog que o Papa lia

segunda-feira, novembro 24, 2003

ACP - Anos, Carros e Pensamentos

O que me faz gostar deste blog é a riqueza e diversidade de comentários que aqui se encontra. Sendo, além de um colaborador, um leitor atento, fico feliz - e nem é preciso encontrar palavra melhor - quando, após não ter lido os posts que aqui se apresentam durante alguns dias, encontro vários posts que me fazem, pelo menos, sorrir.

O meu R5 tem uma história comigo interessante. Foi ele que me transportou para o colégio diariamente, ensonado, muitas das vezes a dormir no banco de traz. Isto desde 1990 se não estou em erro. Depois, tornou-se no primeiro carro que eu guiei mais de meio metro: a sensação "esta merda anda!" foi indescritível. Finalmente, ele ensinou-me uma coisa muito simples: não é o carro que interessa mas sim quem lá está dentro. Carro sujo, carro limpo, carro veloz, carro nervoso, bancos reclináveis, porta aberta, janela fechada, não interessa! Um carro acaba por ser um biombo andante almofadado, nada mais do que isso. Acaba por ser o carisma do carro que faz a diferença. O meu R5, para mim, tem muito carisma. De qualquer maneira, sim... eu também assobio para o lado... e depois meto a 5ª!

Sou dos que ouvi só duas vezes Beth Gibbons, irei ouvir mais futuramente, quando encontrar o album. Agora vou estar afastado da vida lúdico-musical, infelizmente. Tenho projectos a mais.

P.S. - Para poemas públicos, agradecimentos públicos: Obrigado d3aler, gostei!

quarta-feira, novembro 12, 2003

A cena mais deprimente

Houve um momento na minha vida na qual descobri toda a dinâmica da relação adolescente. Convém explicitar que adolescente não é referente à idade dos relacionados mas sim à maturidade dos mesmos. Este tipo de relacionamento é típico pelo romantismo exarcebado, imitado dos filmes de hollywood (seria pior se fosse de bollywood), que os nossos jovens tentam praticar, ou melhor, acham que é assim que deve ser.

O exemplo máximo, na minha óptica, é o anel de namoro. Tenho amigos meus que o usam, não os condeno de maneira alguma dado que uma coisa que isto não é, é uma generalização. Cada um marca a sua relação de maneira diferente e o anel é uma das maneiras possíveis. Eu estou, simplesmente, a escrever sobre a relação adolescente em que um dos sinais de se estar na presença de uma é o anelinho que custou mil paus na ourivesaria do bairro.

Escrito isto passo a relatar um caso da minha vida que para mim se tornou a epítome daquilo que, para mim, é extremamente estranho:

A minha posição de observador situa-se no caminho de vinda de uma loja de informática, acabado de - se a memória não me atraiçoa - comprar um disco novo, a pé passando pela muy ilustre Praça Paiva Couceiro maravilhando-me pelas pérolas de cultura e de bem vestir que por lá se passeiam diariamente. Eu, o observador, olhei de relance para um casal que, de idade, nao teria mais de quinze anos, obviamente namorados, vivendo um quid-pro-quo.

A jovem senhorita tentava convencer o cavalheiro a entrar na pequena loja onde o velho ourives vende as suas obras. Dado que presunção e água benta cada um toma a que quer, eu presumi nesse instante - acertadamente, digo-o modestamente - que o propósito de tal acto seria o de comprar o tal anelinho de quatro euros e noventa e oito cêntimos.

A beleza do momento está em vários pormenores deliciosos. A resistência e timidez do rapaz em entrar na loja, a insistência da menina, o consentimento final do moço - um pobre viciado (ver posts anteriores) - e o tirar da carteira dunas, velha e usada desde os inocentes seis anos do pobre cavalheiro. Lá dentro lá estariam os dez euros necessários para a bela e bem vestida donzela dar mais uns beijinhos mais logo no banco do jardim, verdadeira prostituição socialmente aceitável.

Este episódio ocorreu há uns meses. É minha humilde convicção que os anéis estão esquecidos numa gaveta qualquer do jovem, à espera da próxima princesa de calças de fato de treino cor-de-rosa que use uma das peças. O pequeno homem estará precavido, não terá de investir mais noutra interessante e instigante jóia. A jóia do episódio, provavelmente, terá encontrado maior alegria no pretendente que gastou dois contos no pequeno aro dourado. Afinal, o aro de conto de reis estava sempre a cair do dedo...

Com isto vos deixo, não esquecendo um grande viva ao amor verdadeiro vivido por estes pequenos românticos.

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"I was five he was six..."

segunda-feira, novembro 10, 2003

C1M

Isto é uma representação de uma flor, de uma rosa vermelha provavelmente, de uma rosa plantada num vaso, de uma flor única com uma folha única. Isto é a ausência do fim, isto não é uma flor cortada, não é alguma coisa efémera, isto é para durar. Isto é algo que eu gostaria de desenhar para te dar, algo que eu gostaria de te mostrar com linhas e traços. Mostro-te com palavras. Um mês não é nada mas pareceu tanto tempo, conhecemo-nos desde sempre e não sabíamos.

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Silence is easy, it just becomes me
You don't even know me, you all lie about me

domingo, novembro 02, 2003

Post Idiota #2

Hoje foi um dia especial para mim. Há coisas que acontecem que alteram ligeiramente o equilibrio da vida, é interessante. Já agora, está muito bom o novo design do blogger. Gosto da funcionalidade e de não ter aquela página crowded de merdas. Assim ao menos as coisas estão verdadeiramente mais User Friendly. As heurísticas de Nielsen não mentem!