O blog que o Papa lia

terça-feira, setembro 30, 2003

Relações - Parte 1

Uma questão que parece afectar alguns casais do nosso tempo é um sentimento semelhante ao medo relativamente ao seu par. Tentarei explicar-me melhor:

Vou falar com um amigo meu num cliente de IM e ele diz que não pode falar no entanto, começa a conversar. Sinto que, de facto, ele preferia naquele momento falar de merda (ver post anterior) em vez de estar a conversar sobre qualquer assunto com a namorada. Ele só não desliga porque quer manter tudo artificialmente bem.

Outro exemplo, outro amigo meu, quando a namorada telefona ele geralmente fica constrangido, já não fala sobre raparigas, até parece que já não olha sequer para elas. E depois começa, a não sei quantas não gosta, a não sei quantas não quer que eu faça, etc.

Eu concordo que haja respeito pelas namoradas, sou forte apoiante de não se trair as namoradas. Discordo veementemente da maneira como alguns rapazes gostam tanto das raparigas que ficam autênticas carpetes. Podem até citar o unas ou o pipi - apóstolos do neo-machismo - mas são uns cachorrinhos quando a dona chama.

Eu cá, sou feminista. Acho que as mulheres devem ter todos os direitos e deveres que o homem tem. Mesmos salários, mesmas oportunidades mas também o mesmo compromisso para com a relação. Há cavalheiros a mais e donzelas a menos. Eu não quero ter medo da minha namorada como sei que a minha namorada não quer ter medo de mim. Igualmente não quero mandar nela nem quero que ela mande em mim.

Que voltem as donzelas que eu voltarei a ser o cavalheiro que leva flores para o jantar.

domingo, setembro 28, 2003

Merda

Na língua inglesa já se fez uma espécie de estudo popular sobre a utilização da palavra Fuck, concordarão os - citando pipi - panascas leitores que em português nenhuma outra palavra será tão expressiva e tão usável (isto vindo directamente de usabilidade) como "merda".

Originalmente utilizada como palavra alternativa para as fezes tanto do humano animal como do animal animal tornou-se sinónimo de coisas várias como, por exemplo, para descrever quando se fez qualquer coisa mal feita ("já fizeste merda") ou para servir como versão light do "pó c..." tão popular na cultura pop - passe o pleonasmo - como o pastel de belém ("pá merda!").

Merda por merda, ao menos que se fale dela. Tenho dito.

terça-feira, setembro 23, 2003

Samorost

Eis o exemplo vivo de um jogo simples, pequeno, com arte fantástica e que diverte qualquer um durante no máximo 10 minutos: Samorost.

Acho que muitos criadores de jogos necessitam de revisitar as origens e ver pequenas obras primas como esta que, não sendo um jogo antigo, é um jogo que reinvoca o bem supremo na industria dos jogos: divertir quem joga.

domingo, setembro 21, 2003

Domingos

Os domingos são dias contraditórios. Acordamos tarde mas temos de nos deitar cedo. Quando acordamos estamos em pleno fim de semana e quando nos deitamos estamos angustiados que dentro de poucas horas há trabalho a realizar. Eu ainda não senti o ritmo normal dos semestres da LEIC do IST neste semestre, mas acho que já não falta muito. Projecto de EP, de MC, de Redes2... Trabalhos semanais de AOSI (entrego o primeiro amanhã) e isto sem contar com o meu emprego que me sustenta a conta bancária. Já sei que vou passar dias e dias sem conseguir parar quieto, a dormir 6 horas por dia, a ter de manter a calma e resolver o que parece todos os problemas do mundo.

Sunday bloody sunday... hoje não haverá noitada, amanhã terei a aula de 3h30. Acrescentem a isto uma aula de 1h30. Francamente acho que preferia ter um emprego normal. Nada de aulas, nada de exames, nada de projectos, nada de telefonemas a horas aleatórias a chamar-me. Simplesmente ter uma rotina... Uma rotina é bom.

quinta-feira, setembro 18, 2003

Estes 7 Segundos e outros 7 Minutos

[parte1]
A minha ideia relativamente a este blog era cada um falar mais ou menos sobre o que quiser. Obviamente com sentido e sem se tornar um forum de discussão. Requests a um escritor em particular sobre um determinado assunto acho aceitável dado que isto é um meio de partilha de informação. No entanto eu não mando aqui e acho que devíamos falar sobre isto com um café à frente e decidir - parafraseando Gauguin - por onde vamos, para onde vamos e aonde estamos.
[/parte1]

[parte2]
A Catarina é uma amiga minha. Quero que saia dali uma de duas coisas: ou uma boa amiga ou uma namorada. No caso de sair na rifa "namorada" então eu tenho a sensação que será uma relação mais duradoura e mais normal que qualquer outra que eu tenha tido até agora. De qualquer maneira não tenho intenções de a largar quando a buzina soar mas sim pôr outra moedinha. Carrinho de compras? Espero que não tão cedo.
[/parte2]

Addendum

Interessante a referência do d3aler sobre pessoas que não gostamos e de seguida o post do pedro em que uma pessoa de quem ele desgosta faz parte do tema principal. Estaremos todos - de facto - a tentar agradar pessoas que detestamos? Acho que já somos três. Venha mais outro!

terça-feira, setembro 16, 2003

"Here comes the hotstepper..."

Não sou original mas após ter visto one too many thrillers pergunto-me se existem mesmo assassinos pagos, frios e implacáveis, autênticos mercenários, capazes de matar quem quer que seja. Francamente, acredito que sim. Mas estava hoje a ouvir alguém falar sobre a irmã que tinha seguido cozinha e sobre o seu precurso. Ela tinha sido sempre uma aluna mediana sem interesse nem pelas matemáticas nem pelas línguas que um dia descobriu que o seu verdadeiro interesse e a sua vocação era cozinhar. Daqui ocorreu-me, será que por volta dos 16 anos há certas pessoas que pensam: "Odeio a escola e toda a matéria formal. Vou fazer o que gosto! Vou ser assassino profissional!!"

É ridículo, acho que as pessoas que se tornam assassinas profissionais são puramente fruto do acaso, mas se eu estiver errado abre-se um mundo de hipóteses de teorias da conspiração - afinal é o governo que financia a formação deles muahahah! - de novas histórias e de renovado interesse relativamente a um género que está em decadência. Isto não é novo. Isto já foi feito. Mas não como uma escola puramente de assassinos, de jovens normais, com interesses normais mas que têm a particularidade de serem especialistas em matar pessoas. Eles não são maus nem bons, simplesmente seguem a sua vida. Francamente acho que isto tem futuro. Se o Harry Potter vende milhões, e aquilo é quase a formação de assassinos, por que não a escola tecnico-profissional no mundo real em que se explora a relação entre professores - com o odd job ocasional - e alunos que tentam aplicar os seus conhecimentos?

"...murderer."

P.S. - Isto é um post idiota. Mas não é isto que os blogs são na realidade? Uma sequência de posts idiotas?

sexta-feira, setembro 12, 2003

12 de Setembro

Houve dois 12 de Setembros marcantes não por algo ter acontecido nesse dia, mas sim por ter sido o dia seguinte.

O primeiro ocorreu nos anos 70 - 1973 se não me engano - o primeiro dia de governo de Pinochet. Augusto Pinochet matou, torturou e vive livre. Destituiu um governo democraticamente eleito por uma ditadura. A orientação política da dita cuja, pois, é irrelevante dado que o que, de facto, interessa é a revolução ter recebido um apoio claro dos EUA. Henry Kissinger nessa altura era rei e senhor, responsável por todos os assuntos mais negros daquela época. Desde assassinatos (It is an act of insanity and national humiliation to have a law prohibiting the President from ordering assassination - Henry Kissinger, 1975) até massacres (p.e. os massacres em Timor Leste por altura de 1975). Este é o retrato de uma política Americana imperialista... os Russos - tendo eles muitos telhados de vidro também - até tinham razão no termo imperialista. Kissinger, curiosamente, foi prémio Nobel da Paz em 1973. Muito curioso.

O segundo ocorreu há dois anos. 12 de Setembro de 2001 foi um dia em que Nova Iorque descobriu que não era inexpugnável, um dia que o mundo ocidental percebeu que quando se quer, tem-se. Isto é tanto verdade para nós como para qualquer terrorista. E assim dois aviões foram de encontro a duas torres de uma maneira sublime no sentido da tragédia grega. E a cidade nunca mais foi a mesma. É difícil encontrar alguém de NY que não esteja ligado a alguém que tenha morrido na véspera deste dia seguinte. No entanto ainda houve esperança - já que a esperança é a última a morrer - de encontrar sobreviventes, qualquer pessoa, não interessava quem.

Eu não sou Anti-Americano, não sou insensível - até sou capaz de chorar compulsivamente só de pensar nas pessoas que tiveram de se atirar dos últimos andares das torres - e não sou extremista. Mas não sou capaz de pensar "coitados". O governo americano andou a semear ventos por todo o mundo, colheu uma tempestade enorme. Devido a esta tempestade GWB decidiu semear mais ventos. A culpa do sofrimento americano é inteiramente culpa deles próprios, do nacionalismo inerente à cultura deles, da falta de sentido do seu lugar no mundo. Se eles soubessem afinal onde é o Iraq e que na verdade não fica em Africa nem ao pé da China.... A América é o país que mais europeus temem segundo uma estatística à qual já perdi o rasto. Isto só pode querer dizer uma coisa: os EUA são perigosos. Desde a destruição dos índios no século XVIII até à invasão não provocada de Bagdad no século XXI. A história americana é isto. Morte e destruição. De morte e destruição só pode nascer o terrorismo.

O pedro disse que o séc XXI iria ser marcado pelo terrorismo. Eu acredito que será marcado pela resposta ao terrorismo e pela perda de direitos que o cidadão comum irá ter de suster. Como uma "filósofa" diz frequentemente... é "pescadinha de rabo na boca".

segunda-feira, setembro 08, 2003

Cerebral

O cérebro é engraçado. Às vezes queremos trabalhar, escrever, ser criativos mas muitas das vezes ficamos a pensar no nada, a mente fica vazia. Mas há uma altura em que se tem - ou eu, pelo menos, tenho - ideias geniais, raciocino espectacularmente: quando estou para adormecer. É interessante pensar que numa altura em que o cérbero está a passar por uma fase de transição - de play para stand by - ele ainda tem tempo e capacidade de processamento para lhe ocorrer assim algo fantástico.

Isto acontece-me frequentemente e frequentemente também esqueço-me do tema, da ideia, por onde iria explorar o assunto e que ponto de vista iria defender. O dia seguinte de uma boa ideia é uma ressaca brutal. Depois de estar ébrio de genialidade a dor de cabeça do esquecimento intensifica-se e faz surgir a angústia do dia. Eu sendo um rapaz angustiado de natureza e com tendência para pensar sempre no pior que poderá (ou mesmo nunca poderá) acontecer - mas tendo sempre a convicção que nada disso acontecerá - sinto-me de rastos.

Ontem tive uma boa ideia. Lembro-me de sorrir no momento antes de adormecer por saber que tinha tido um momento de inspiração. Hoje, que surpresa, estou aqui a escrever bacoradas.

quinta-feira, setembro 04, 2003

24

Francamente nunca pensei. Já tinha ouvido falar da série 24 há uns tempos devido à sua originalidade: 24 horas, 24 episódios com tudo a passar-se em tempo real. O que eu não sabia era o que a série era fantástica. É indescritivel a sensação que tenho ao ver os episódios, o tempo passa num instante e no final só me apetece ver o próximo. Felizmente vou ter tudo em XviD, não vou esperar muito tempo.

Recomendo vivamente
*****

quarta-feira, setembro 03, 2003

"Cijas"

Eu não sei muito bem porque é que o blog se chama 7 segundos, possivelmente uma obra do acaso, no entanto parece que é a cada 7 segundos que um mesmo pensamento me ocorre. Sinto-me obcecado por alguém. Eu não quero isto mas não consigo resistir; não haverá cura?

Eu sou superior a isto, eu sou capaz de qualquer coisa. Mas parece que o problema é semelhante a um adagio, é tão bom que fica-se a querer mais logo a seguir. Mas se se for comer outro a seguir enjoa-se. Tenho apenas pensamentos soltos nesta minha escrita desgarrada e não consigo concentrar-me devido a perder a concentração com a imagem a cada 7 segundos.

Eu tenho um número, eu vou tentar...

segunda-feira, setembro 01, 2003

Algarviadas

O Algarve é profícuo em pequenas mudanças. Há uns anos marcou uma era da minha vida e depois marcou uma das fases mais deprimentes da minha vida. Agora parece que marca de outra maneira: estas férias foram medianas, nada aconteceu. No entanto eu li um horóscopo que me ajudou a ficar mais optimista. Parafraseio e resumo assim o pequeno texto da Elle Portugal:

"Depois deste verão atravessará a melhor fase da sua vida desde o princípio dos anos 90. Este bom momento levá-lo-á a atingir tudo a que se propuser"

Eu obviamente não acreditei nisto. Estou acima de qualquer coisa, sou arrogante e digo sem dúvidas algumas que deus não existe e que todas as superstições são falsas. A ciência é tudo e a ciência é determinística; eu sei prever o movimento de qualquer objecto, eu sei descobrir qualquer coisa, eu tenho computadores e eu tenho a internet... Deus não existe porque é inconcebível e não é previsível, porque quem escreveu sobre ele é apenas humano, porque afinal o que interessa sou eu e mais nada. Eu gosto de soluções e as fórmulas dão-me as respostas e na verdade não é preciso saber muito mais além da 1ª lei de Newton!

Mas afinal quando chego a Lisboa, começo a ter sorte em coisas que não era normal ter. Tudo começa a correr relativamente bem a príncipio e eu obviamente que sei que isto não tem a ver com aquelas palavras generalistas e sem significado. Eis senão quando que descubro que afinal pequenas palavras podem ter significado mesmo que seja apenas de termos um espírito aberto em relação a tudo. Eu agora quero acreditar que a previsão era verdadeira e que o Zodíaco funciona mesmo a uma escala impessoal, quero dizer que afinal o meu próprio subconsciente pode influenciar a minha confiança na vida e a minha sorte nas pequenas coisas.

Espero não estar enganado.

Finalmente alguêm me convidou a fazer parte desta coisa... e entre ver a cameron e o keanu em grande dentro de um carro e escrever aqui prefiro ficar a ouvir o "ahn ahn" e escrever. Sim de facto o Keanu é um talentoso de nascença - "it feels too good!" - ele diz isto da mesma maneira que diz "what is the matrix?". Mesmo tom de voz mesma expressão só com produção diferente. E ele continua a fazer o que quer, come quem quer e ainda tem tempo para dar umas guitarradas numa banda muito má.

Eu pelo contrário continuo sem fazer o que quero, sem comer ninguém e nem banda nem groupies tenho. Alas...